quinta-feira, 11 de junho de 2009

>>>Jornalismo no SALIPI: bate-papo literário



Na última quinta-feira, a 7ª edição do Salão do Livro do Piauí, o SALIPI, me chamou a atenção pelos dois primeiros "bate-papos" literários da tarde: os dois envolvendo o jornalismo.

Cabine do bate-papo literário, transmitido ao vivo pela rádio Antares. Esse ano, o SALIPI acontece na Praça Pedro II. A foto é de anos passados, onde a sede era o espaço fechado do Centro de Convenções

O primeiro, Jornalismo, linguagem e identidade, mediado pelo meu querido ex-professor de prática de jornal, Ailton Cequeira, trouxe pro público o trabalho da pesquisadora Edienari dos Anjos sobre análise de discurso do apresentador do Jornal do Piauí, Amadeu Campos.
"Tá errado!" "Há, num vai não!" "Isso é uma falta de absurdo!" "É uma
lástima..."
Todos os recursos de marca linguísticos do apresentador, ou de "ethos", como Edienari problematiza na pesquisa, não são meramente "ignorância" do apresentador ou simplesmente falta de seriedade jornalística, como muitos estudantes e professores de comunicação e jornalismo daqui do Piauí gostam de taxar: são recursos de subjetividade que o jornal local forja para criar uma identidade com o público que o diferencie dos demais jornais e que, ao mesmo tempo, se torna uma alternativa ao jornalismo "CNN" dos jornais nacionais. A verdade é que, com a apresentação de Edienari, percebemos que o regionalismo na TV é mais do que valorizar o que é da terra: é também e principalmente um elemento de identificação parte de uma estratégia discursiva para atrair mais telespectadores.

Foto: Layani Prado-AGECOM


Logo em seguida, tivemos um tema sui generis: jornalismo e quadrinhos. A professora Ana Kelma Gallas, uma das fundadoras do núcleo de quadrinhos do Piauí e professora de jornalismo da Faculdade Santo Agostinho, mediou as falas de Lucas Lins, Bernardo Aurélio e David Mário, os três com pesquisas envolvendo a linguagem dos quadrinhos: jornalismo em quadrinhos do maltês Joe Sacco, quadrinhos e cinema e quadrinhos e websites, respectivamente.

Foto: Layani Prado-AGECOM

A primeira fala foi do David, que pesquisou a relação dos quadrinhos com a internet através de um estudo em cima do site Universo HQ. O maior questionamento foi se a linguagem dos quadrinhos na internet é uma nova e híbrida comunicação ou se a internet é só uma mudança de suporte. Ele considera que existe um potencial pouco explorado ainda em relação a essa convergência midiática.

Quando o assunto é quadrinhos e cinema, a aproximação é inquestionável, a começar pela necessidade de um filme apresentar um storyboard antes das gravações. Mas a pesquisa de Bernado Aurélio, ainda em andamento e cuja formação é em artes, percebeu aproximações não só na questão dos enquadramentos, como também na forma particular de criar critérios de edição.

O assunto propriamente dito da palestra ficou a cargo de Lucas Lins, que foi orientado pela própria Anna Kelma em sua pesquisa sobre a obra de Joe Sacco, autor do premiado Palestina e tantas outras obras que trabalham o jornalismo subjetivo, no sentido mais "gonzo" e crítico do termo.

O porém deste bate-papo mais jornalístico que literário foi a presença somente de estudantes da Santo Agostinho de Comunicação, em sua maioria...e também a pouca valorização do segundo tema, apesar de todo esforço em despreconceituar os quadrinhos.


Ludmila Monteiro esperou o bate-papo literário terminar pra ir atrás de sua própria pesquisa sobre jornalismo e quadrinhos com a prof. Anna Kelma.

>>>para entrar em contato com a pesquisa de Edienari dos
Anjos:
edianaridosanjos@hotmail.com



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